Política do Casamento

>> segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ok, ok, já confessei aqui que sou meio dramática! E, por ser taurina do segundo decanato, mesmo que quisesse, não teria como fugir muito disso. Então, a solução é me conformar com esse meu jeito meio século XII e meio almodovariano de ser!

Também não quero que esse blog vire um espaço político, mas, pelos comentários que recebi no post anterior, acho que talvez tenha explicado mal as coisas. Escrevi o post no calor dos acontecimentos e, talvez, tenha parecido que é uma preocupação boba, mas não é, gente. Vou explicar melhor o porquê. Depois, pensem bem e vejam se não tenho razão.

1º - A família do Rafael e todos os convidados dele são de São Paulo. Somando todos, são mais de 60% da festa. Primeiro já decidimos casar no Rio de Janeiro, o que fará todos eles viajarem 6 horas pra chegar aqui. Isso, por sí só, já fará com que muita gente não venha. E não é isso o que queremos. O nosso casamento será um “mini wedding” para 150 pessoas, e na nossa lista só estão as pessoas que nós realmente queremos que venham. Não tem nem um único convidado na lista só pra ajudar a ser um festão! Até porque nossa meta é exatamente o contrário: festa íntima, simples e original, para os nossos familiares e amigos de verdade.
Então, colocar mais um empecilho na vinda deles não seria lá muito legal da nossa parte e seria até uma contradição, não é?

2º - Acho muito chato e complicado – e o noivo concorda plenamente - obrigar mais de 60% da festa justificar seu voto. Até porque, muita gente sabe como eu dou importância ao voto e como eu acho que é de suma importância que as pessoas comecem a pensar nisso com responsabilidade. Porque a verdade é que o poder de mudar esse país está 50% nas nossas mãos. Se cada um de nós não fizer sua parte, como exigir que os políticos façam a parte deles?

O que aconteceu ano passado no Rio de Janeiro, quando o Eduardo Paes venceu as eleições com uma diferença ridícula de votos em relação ao Fernando Gabeira, foi culpa exatamente dessa mentalidade de que “só o meu voto não decide nada”. Decide, sim!

Foram os meus vizinhos da Zona Sul, justamente os eleitores do Gabeira, que deram a vitória ao Paes. Sabe porquê? Porque deixaram de votar para viajar e aproveitar o feriado bom pra burro!
Deixar de votar, pra mim, é muito sério! Meu casamento não é nem de longe mais importante do que escolher as pessoas que vão governar o nosso país!

E não é simplesmente uma eleição para Prefeito (que pra mim já é seríssimo, mas, enfim), é uma eleição onde iremos escolher Presidente, Governador, Deputados Estaduais, Federais e Senadores. Me sentiria péssima, totalmente irresponsável, por estar colaborando para que mais de 90 pessoas deixem de cumprir uma obrigação tão séria. Estaria indo contra todos os meus ideais, contra tudo o que eu acredito. Toda a sujeira contra a qual lutei fazendo parte do Movimento Pró-Democracia estaria indo por água abaixo. Seria muita hipocrisia minha propor isso, depois de tudo o que passei com o MPD no último ano.

3º - Parte da família do Rafael, tanto da parte do pai, quanto da mãe, é ligada à política. São secretários de governo, políticos, e estão diretamente ligados às eleições do ano que vem. Seria um descaso enorme da nossa parte casar em outra cidade – o que já dificulta suas vindas – e, ainda por cima na véspera da eleição. Pra gente, ficaria subentendido que deixamos essas pessoas de fora, deliberadamente.

São tios e primos do meu noivo, pessoas muito importantes na vida dele, e consequentemente na minha, porque me importo demais com tudo o que o faz feliz.

Esse dia não é só meu. Não posso ser egoísta. Pra mim, também é importante que a família do meu noivo se sinta querida e parte fundamental nesse momento. O Rafael foi um noivo muito bacana quando abriu mão de casar em São Paulo (como havíamos planejado desde o início) pra fazer o casamento aqui no Rio, perto da minha família, no local onde eu queria, sem reclamar nem um minuto.

Afinal de contas, apesar de decirmos pelo Rio de Janeiro, tudo o que estamos preparando com tanto carinho e esmero é também para a família dele, e não só para os meus familiares e amigos. Entenderam?

Por tudo isso, estamos tentando trocar nossa data. O pessoal da Casa de Santa Teresa está sendo muito legal com a gente, tentando conseguir uma outra data em outubro, ou o mais próximo disso possível. Estamos tentando uma troca com outra noiva, e pensando em outras possibilidades também.

Assim que as coisas estiverem definidas, explico tudo aqui. Por enquanto, a única coisa que posso afirmar, é que não será mais dia 02 de outubro. Me acostumei com a data, gostei dela, fiz altos planos, mas, infelizmente, existe um conjunto de coisas que a gente precisa levar em conta. E sendo assim, esse dia não é mais o dia tão perfeito que nós achamos que fosse. E, se não é perfeito, não é bom o suficiente pra mim. Sou uma noiva muito exigente, como podem ver!

Bom, o post ficou mais político do que eu gostaria, mas, pensando bem, é exatamente o que estamos precisando ser nesse momento: noivos políticos. (risos)

Beijocas, e muito obrigada pela força, people!

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